Santos e Beatos de nossa Terra – A História da Hagiologia no Brasil

 

Santos e Beatos de nossa Terra – A História da Hagiologia no Brasil

Palestra proferida em 30/10/2021 no Congresso Brasileiro de Hagiologia

Por José Luís Lira1








Caríssimos amigos, colegas hagiólogos de todo o Brasil, bom dia!

É com imensa honra que, após a Santa Missa, celebrada por nosso Confrade Pe. Ismar Dias de Matos, dou início à primeira palestra, com aspecto de uma conversa, sobre um tema literalmente eterno: a Santidade. Agradeço aos organizadores pela imerecida escolha de meu nome, mas, seguindo os ensinamentos de Paulo, Apóstolo dos Gentios, “Sempre e por tudo dando graças a Deus!”

No calendário antigo da Igreja hoje seria a antevéspera da Solenidade de Todos os Santos. É ainda, hoje, como registra o Martirológio Romano, memória de santos e beatos, dos quais destacamos os dois primeiros com algumas peculiaridades: a paixão por Cristo, que os fazem irmãos e nossos irmãos também; ambos bispos, que viveram nos séculos segundo e terceiro: Em Siracusa, na Sicília, Itália, São Marciano, considerado o primeiro bispo desta cidade (Séc. II). Em Antioquia, São Serapião, bispo, célebre pela sua erudição e doutrina, que deixou grande fama de santidade (Século III). Mas, não posso deixar de ir ao atual território de Marrocos, no mesmo século III, para lembrar, nas palavras do Martirológio, da “paixão de São Marcelo, centurião, que, no dia do aniversário do imperador, enquanto todos ofereciam os sacrifícios, tirou o cinturão militar, as armas e a própria patente e atirou-os para diante dos ídolos, afirmando que era cristão e não podia continuar a obedecer coerentemente ao juramento militar, mas só a Jesus Cristo; por isso sofreu o martírio, sendo imediatamente decapitado”.

Que eles intercedam a Deus por nós que aqui estamos e por toda a humanidade para que o Senhor Deus nos defenda de todos os males e das perseguições religiosas que ainda se registram 21 séculos depois da passagem de Jesus Cristo na Terra.

O sábado, normalmente é dedicado à Beatíssima Virgem Maria e nesta manhã de sábado, nossa saudação especial à Mãe de Deus e nossa, Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém!

Pois bem, outro dia, respondendo a uma entrevista ao jornalista Edison Veiga, eu afirmei que o Brasil foi escolhido por Nossa Senhora e que essa afirmação não era fanatismo. Reafirmo que é quase científico dizer isso. O país foi descoberto em 1500, na esquadra do descobridor vinha uma imagem de Nossa Senhora da Boa Esperança, além de sacerdotes franciscanos. A colonização do Brasil se inicia por volta de 1530. Neste tempo a padroeira de Portugal era, como ainda é, Nossa Senhora da Conceição, portanto, padroeira, também, da terra descoberta, da terra colonizada, a Terra de Santa Cruz. Sabemos que astrônomos estudaram o manto de Nossa Senhora de Guadalupe, uma das mais emblemáticas aparições de Nossa Senhora, e neste manto estão as estrelas correspondentes ao céu.

O Pe. Oscar Quevedo nos diz que “... a posição das 46 estrelas no manto de Nossa Senhora de Guadalupe corresponde à situação em que estavam, vistas de fora da abóbada celeste, sobre a América, do Alasca até a Patagônia, no solstício de inverno do ano de 1531, 12 de dezembro, às 10 horas e 36 minutos. Nossa Senhora concedeu Seu lado direito às nações americanas do hemisfério Norte, mas, do lado esquerdo, sobre o coração, estão as estrelas correspondentes ao Brasil e às nações do hemisfério Sul...”2. Então, observamos uma predileção especial de Nossa Senhora para com esta Terra de Santa Cruz.

Depois de independente o Brasil permaneceu no padroado, criado pelo Papa Calisto III com o reino de Portugal pela bula Inter cetera, de 11 de março de 1456. Com isso, algumas decisões importantes da Igreja no Império do Brasil, eram tomadas com o aval do Imperador representando Sua Santidade o Papa. Neste contexto, em 1826, pouco após a independência do Brasil, Dom Pedro I solicitou ao Papa Leão XII que São Pedro de Alcântara (1499 – 1562) fosse declarado Padroeiro do Brasil. Tratava-se de um frade espanhol de intensa experiência de oração, humildade, penitência e caridade, numa época de grande decadência moral e espiritual. Foi amigo e confessor de Santa Teresa d'Ávila e de São João da Cruz. São Pedro de Alcântara permaneceu Padroeiro Principal do Brasil até 16 de julho de 1930. Consta que em 22 de agosto de 1822, o então Príncipe Regente Dom Pedro, durante viagem entre Rio de Janeiro e São Paulo, passou na Igreja dedicada a Nossa Senhora, em Aparecida. D. Pedro quis rezar diante da imagem de Aparecida e teria prometido consagrar o Brasil, caso resolvesse favoravelmente sua complicada situação política. Sabemos que essa questão acaba com a independência do Brasil. Anos mais tarde, sua neta, Princesa Isabel fez uma promessa à Virgem Maria para que pudesse gerar um herdeiro para o trono do Brasil, no que foi atendida e como gratidão, mandou-lhe confeccionar um manto ornado com 21 brilhantes, representando as 20 Províncias do Império e mais a capital e, após, uma coroa de ouro 24 quilates, 300 gramas, cravejada de brilhantes. Assim, penso que Nossa Senhora Aparecida estava destinada a ser a padroeira do Brasil. E dada a crescente devoção e milagres, Nossa Senhora Aparecida foi oficialmente proclamada Padroeira Principal, em 16 de julho de 1930, por decreto de Sua Santidade o Papa Pio XI. A imagem já havia sido coroada anteriormente, em nome do Santo Padre o Papa Pio X, por decreto da Santa Sé, em 1904, com a coroa doada pela Princesa Isabel. São Pedro de Alcântara é, atualmente, padroeiro da Catedral e Diocese de Petrópolis, no Rio de Janeiro.

Quando tratávamos das assertivas para a criação da Academia Brasileira de Hagiologia, Matusahila de Souza Santiago, Gizela Nunes da Costa e eu, pensamos os mínimos detalhes. Matusahila veio com a ideia de fundar uma Academia para estudar os santos católicos, ela foi a idealizadora – unicamente –, da Academia. Eu, busquei os dados científicos, contactei com órgãos da Santa Sé e chegamos ao nome Hagiologia (estudo dos santos), formatei o brasão e elaborei os estatutos que foram revistos pela acadêmica Gizela Nunes da Costa, nossa cofundadora. Apresentei a ideia a Sua Excelência Reverendíssima Dom José Bezerra Coutinho, nosso primeiro presidente de Honra que nunca faltou a uma reunião até adoecer e, ainda se recuperando, foi à nossa Sede. Depois, conversei com a Profa. Norma Soares que nos indicou o Colégio da IMACULADA CONCEIÇÃO, para possível sede. Nossa querida e saudosa Irmã Elisabeth Silveira, nossa segunda Presidente de Honra, nos abriu as portas do Colégio e se tornou entusiasta da Academia. Numa entrevista preliminar, a jornalista Fernanda Quinderé, ao ver o Brasão da Academia perguntou: “Nno meio é Nossa Senhora Aparecida?”. Dom Coutinho, Matusahila e eu, presentes à entrevista, entendemos tudo. Era mais um sinal. A Academia seria dela, da Imaculada Conceição Aparecida. E assim o é. Tudo isso ocorreu em 2004, quando o dogma da Imaculada Conceição iria fazer 150 anos e escolhemos a data da criação da Academia Brasileira de Hagiologia, 08 de dezembro de 2004. Era o ano do 150º aniversário da Arquidiocese de Fortaleza; 140º aniversário de fundação do Seminário da Prainha, em Fortaleza e 100º aniversário da coroação de Nossa Senhora Aparecida, patrona geral da Academia. Resolvemos realizar a Assembleia de criação no Seminário da Prainha.

A ABRHAGI é de Nossa Senhora. Sua fundação se deu, portanto, no dia da Imaculada Conceição; sua sede é no Colégio da Imaculada Conceição. Em 1830 ela recomendou a Santa Catarina Labouré a confecção de uma medalha com a inscrição: “Oh Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”. Em 11/02/1858, a Santíssima Virgem disse a Santa Bernadette Soubirous, “Eu sou a Imaculada Conceição”. Então, se a fundação se deu no dia do anúncio do dogma, a instalação dar-se-ia no dia em que a Virgem se proclamou a Imaculada Conceição: 11/02/2005, data da posse social da Diretoria. O que ainda é observado.

Eu fiz um preâmbulo – até longo –, para chegar ao tema geral de nossa conversa com as Senhoras e os Senhores sobre os Santos e Beatos Católicos de nossa Terra. É interessante que para formar nosso quadro de patronos da Academia Brasileira de Hagiologia, o que primeiro fiz foi buscá-los.

Universalmente, a Igreja nos ensina que a pátria do santo é determinada pelo local de seu retorno à Casa do Pai (falecimento) e onde este desenvolveu suas atividades, exercendo as virtudes cristãs, recordando o que diz o novo Catecismo da Igreja Católica: “O dia da morte inaugura para o cristão, ao final de sua vida sacramental, a consumação de seu novo nascimento iniciado no Batismo, a ‘semelhança’ definitiva à ‘imagem do Filho’, conferida pela unção do Espírito Santo, e a participação na festa do Reino, antecipada na Eucaristia, mesmo necessitando de últimas purificações para vestir a roupa nupcial” (§ 1682 do Catecismo da Igreja Católica). Por isso observamos que existem candidatos de várias nacionalidades sob responsabilidade da Igreja no Brasil.



Naquele 2004, São Roque González de Santa Cruz e dois companheiros, Afonso Rodrigues e João de Castilho (ou Juan del Castillo na sua forma castelhana original), jesuítas, eram canonizados. Suas nacionalidades não eram brasileiras, mas, em solo brasileiro estiveram em missão e foram martirizados no distante 15 de novembro de 1628, em Caaró (atual Caibaté), Rio Grande do Sul. Foram beatificados em 1934 e a canonização deles se deu em 1998.


Os hoje Santos André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro, sacerdotes, Mateus Moreira e 27 leigos, Mártires de Natal (1645), protomártires do Brasil, canonizados pelo Papa Francisco, em 2017, eram recém-beatificados, visto que a solenidade se deu em 2000. Os holandeses que ocupavam o nordeste do Brasil chegaram a Cunhaú, no Rio Grande do Norte, onde residiam vários colonos ao redor do Engenho, ocupados no plantio da cana-de-açúcar. No dia 16 de julho de 1645, domingo. Na hora da Missa, 69 pessoas se reuniram na capela de Nossa Senhora das Candeias. A capela foi cercada e invadida por soldados e índios que trucidaram a todos que aí estavam, inclusive o pároco Padre André de Soveral que celebrava a Missa. Os mártires não opuseram resistência aos agressores e entregaram suas almas ao Criador. Na homilia de beatificação deles, sua Santidade o Papa João Paulo II assim aclamou: “Tu, Deus, libertaste-me! Assim proclamam André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro e 28 Companheiros, Sacerdotes diocesanos, leigos e leigas... Os mártires que hoje são beatificados saíram, no fim do século XVII, das comunidades de Cunhaú e Uruaçu, no Rio Grande do Norte. André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro, Presbíteros, e 28 Companheiros leigos pertencem a essa geração de mártires que regou o solo pátrio, tornando-o fértil para a geração dos novos cristãos. Eles são as primícias do trabalho missionário, os Protomártires do Brasil. A um deles, Mateus Moreira, estando ainda vivo, foi-lhe arrancado o coração pelas costas, mas ele ainda teve forças para proclamar a sua fé na Eucaristia, dizendo: ‘Louvado seja o Santíssimo Sacramento’”.

Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, havia sido canonizada em 2002, atualmente aproximando-se dos 20 anos, e era até então, a Santa que viveu, plenamente, no Brasil. Fundadora da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Nasceu em 1865, na Itália. Em setembro de 1875, sua família emigrou com muitos outros trentinos para o Brasil e em Santa Catarina, no atual município de Nova Trento, deram início à localidade de Vígolo. No dia 12 de julho de 1890, junto com a amiga Virgínia Rosa Nicolodi, Amábile acolheu uma doente de câncer em fase terminal, dando início à Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. As últimas palavras de Madre Paulina foram: “seja feita a vontade de Deus”. Foi beatificada pelo Papa João Paulo II, a 18 de outubro de 1991, há 30 anos, em Florianópolis, Santa Catarina, que na oportunidade afirmou: “Ela é, na verdade, uma representante bem legítima do povo catarinense. Como os pais e os avós de muitos dos que aqui estão, pertence ela a uma destas famílias que aqui chegaram no século passado e deram uma feição toda especial à terra catarinense... Foi uma destas famílias, vindas do Tirol e radicadas na região de Nova Trento, que deu ao Brasil e à Igreja a Madre Paulina”.


Outro exemplo era o Pe. José de Anchieta, grande apóstolo e catequista do Brasil. Ele ainda era beato, em 2004. Sua canonização se daria quase 10 anos depois. São José de Anchieta, apóstolo do Brasil, nasceu em 1534, nas Ilhas Canárias, Espanha. Sacerdote Jesuíta, chegou ao País em 1553 e logo começou a trabalhar na catequese dos índios, se tornando árduo defensor dos nativos, sendo ordenado sacerdote em Salvador (BA), no ano de 1565. Deixou inúmeros poemas, principalmente dedicados a Nossa Senhora, sendo que muitos foram escritos na areia da praia. Vinte anos depois de sua morte (1617), os jesuítas do Brasil pediram à Santa Sé sua beatificação e canonização. Em 1624 a Santa Sé aceitou a causa de sua beatificação e se realizaram outros processos sobre sua vida e milagres a ele atribuídos, em Lisboa, Évora, Olinda, Rio de Janeiro e São Paulo. O Papa Clemente XII, por decreto, declarou que Anchieta era um modelo de virtudes cristãs, praticadas em grau heroico e lhe atribuiu o título de venerável (1736). Somente em 1875, por iniciativa de Dom Vital Oliveira, bispo de Olinda e Recife, o processo de beatificação de Anchieta teve continuidade. Na década de 1960, foram feitos inúmeros pedidos, não só de bispos, mas também de entidades culturais e governamentais brasileiras, repetidos em 1974 e, em 1977, quando se registrou requerimento unânime de todo o episcopado brasileiro, dirigido ao Papa Paulo VI. A causa de Anchieta foi então reativada. Em 1980, João Paulo II, o declarou beato. Em sua beatificação, o Papa assim traçou seu perfil, “É um incansável e genial missionário é José de Anchieta, que aos dezessete anos, diante da imagem da Santa Virgem Maria na Catedral de Coimbra, faz voto de virgindade perpétua e decide dedicar-se ao serviço de Deus. Tendo ingressado na Companhia de Jesus, parte para o Brasil no ano de 1553, onde, na missão de Piratininga, empreende múltiplas atividades pastorais com o escopo de aproximar e ganhar para Cristo os índios das florestas virgens... Por tudo isto ele bem mereceu o título de ‘apóstolo do Brasil’”.

Também ainda era beato o hoje Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, o Frei Galvão, cujo bicentenário de eternidade celebraremos no próximo ano, canonizado em 2011. Da Ordem dos Frades Menores Franciscanos (OFM), Frei Galvão nasceu em 1739, na Vila Guaratinguetá, São Paulo, oriundo de família de grandes posses. Seguiu o ideal franciscano e fundou, em 1774, o Recolhimento de Nossa Senhora da Luz, conhecido por Mosteiro da Luz, na capital paulista, onde, ainda hoje, são preparadas as famosas e prodigiosas “pílulas de Frei Galvão”. João Paulo II, na homilia de beatificação do frade, afirmou: “... Frei Antônio de Sant’Anna Galvão (...) quis corresponder à própria consagração religiosa, dedicando-se com amor e devotamento aos aflitos, aos doentes e aos escravos da sua época no Brasil. Demos graças a Deus pelos contínuos benefícios outorgados pelo poderoso influxo evangelizador a que o Espírito Santo deu vida até hoje em tantas almas através do Frei Galvão. Sua fé genuinamente franciscana... servirá de estímulo para o imitar como ‘homem da paz e da caridade’”. É o Padroeiro dos Profissionais da Construção Civil na Arquidiocese de São Paulo. Santo Antônio de Sant’Ana Galvão é o primeiro brasileiro nato declarado santo pela Igreja. Citados Santa Paulina e Santo Antônio Galvão, apresento homenagens à saudosa Irmã Célia Cadorin, postuladora dos dois primeiros santos brasileiros.


Entre os beatos também estavam o Pe. Inácio de Azevedo e 39 companheiros, martirizados em alto-mar enquanto vinham para o Brasil, em 1570. Um sobrinho de Santa Teresa de Ávila estava entre esses beatos e, consta, que no próprio dia do martírio a Santa teve uma visão da entrada deles no céu, como diria em sua causa de beatificação, seu confessor. Existe uma bela tela de Giuseppe Baguasco, de 1855, na Igreja Jesuíta de Palermo, Sicília, Itália. Eles foram beatificados em 11 de maio de 1854, pelo Papa Pio IX, que os declarou Mártires do Brasil.

Irmã Dulce, a Santa Dulce dos Pobres, canonizada em 2019, ainda seria beatificada em 2011, ela que retornara à Casa do Pai em 1992, há 29 anos. Sua vida exemplar e suas ações em prol dos menos favorecidos já nos encantavam, pois, em vida a reconhecíamos, verdadeiramente santa, mas, só a Igreja tem o poder de fazer, formalmente, essa afirmação. Maria Rita Lopes Pontes de Souza Brito, religiosa, nasceu em 1914, em Salvador, Bahia. Aos 18 anos entrou para o Convento das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em Sergipe. Em 13 de agosto de 1934, professou os votos na Congregação e retornou para Salvador (BA). Seu trabalho assistencial teve início num barracão, para onde levava doentes e desabrigados. Em seguida, ocupou um galpão, sendo, depois, despejada pelo proprietário, transformou o galinheiro do Convento Santo Antônio em albergue para os pobres. Em 1959, conseguiu um terreno para construir o Albergue Santo Antônio, dando origem à Associação Obras Sociais Irmã Dulce. Em 1970, fundou o Hospital Santo Antônio, ao lado do albergue. Também abriu um orfanato para menores e passou muitos anos saindo diariamente para pedir donativos de porta em porta. Responsável por um dos mais sérios serviços de assistência social do País, Irmã Dulce viveu em prol da caridade para com os mais necessitados e durante trinta anos dormia sentada numa cadeira de madeira. Em visita ao Brasil, o Papa João Paulo II esteve com a freira que, internada num hospital, recebeu a bênção de sua Santidade. Em 1988 foi indicada para o Prêmio Nobel da Paz. É aclamada “Mãe dos Pobres” e “Anjo bom da Bahia”, além de se constituir exemplo de virtudes e fé.

As beatificações que se deram depois foram as de:

Beato Eustaquio van Lieshout (2006), sacerdote da Congregação dos Sagrados Corações (SS.CC), nascido na Holanda, em 1890, e que em 1925 chegou ao Brasil. Em vida já era aclamado santo e constam milagres realizados nessa época, tendo retornado à Casa do Pai em Belo Horizonte, MG., onde foi beatificado. Pe. Ismar Dias de Matos e eu lá estávamos, representando nossa jovem Academia, à época.

Beato Mariano de la Mata Aparício (2006), sacerdote da Ordem de Santo Agostinho (OSA). Nasceu 1905, na Espanha. Chegou ao Brasil em 21 de agosto de 1931. Exerceu várias funções eclesiásticas, até retornar para o Colégio de Santo Agostinho (SP), aonde permaneceu até o fim da vida. Prestava assistência aos doentes e era muito conhecido no Hospital do Câncer, em São Paulo.

Beata Albertina Berkenbrock, leiga (2007). Nasceu em 1919, na localidade de São Luiz, pertencente Paróquia de Vargem do Cedro, (SC). Foi cruelmente assassinada, aos 12 anos de idade por Idalício Cipriano Martins – “Maneco”, empregado da família, que, forçosamente, desejava deflorá-la, enquanto procuravam a um animal desaparecido. A pureza e virgindade de Albertina permaneceram intactas e muitas vezes se refere a ela como a Santa Maria Goretti do Brasil.

Beatos Manuel González, sacerdote, e Adílio Daronch, leigo (2007). Padre Manuel Gómez González nasceu em 1877, na Espanha. Em 1904, depois de exercer seu ministério sacerdotal em sua terra natal, passou para a Arquidiocese de Braga, Portugal, onde trabalhou em várias paróquias. Em 1913, em face da perseguição religiosa à Igreja Católica Portuguesa, obteve licença para residir no Brasil. Chegando ao País, apresentou-se ao então Bispo do Rio de Janeiro, sendo encaminhado ao Bispo de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que o nomeou pároco de Soledade (RS), em 23 de janeiro de 1914. Em 1915 foi designado para Nonoai, norte do Estado, onde desempenhou sua missão evangelizando, até 1924. Adílio Daronch, nasceu em 1908, em Dona Francisca, Município de Cachoeira do Sul (RS). Fazia parte do grupo de adolescentes que acompanhavam o Padre Manuel em visita às comunidades do interior, inclusive a dos índios Kaingang. Além de servir o Altar, Adílio e outros colegas, eram alunos da escola fundada pelo padre e dos quais era também professor. O MARTÍRIO. Foi a caminho do sertão do Alto Uruguai, Feijão Miúdo, Três Passos, Rio Grande do Sul, para atender aos cristãos com a missão de batizar, celebrar casamentos e primeiras comunhões, e catequizar o povo daquela vasta região e numa perseguição pelas comunidades de colonos, próximo de Três Passos, distante 250km de Nonoai, sua paróquia, que Padre Manuel e seu coroinha Adílio caíram numa emboscada armada por soldados provisórios. Foram amarrados, maltratados... Tudo terminou com dois tiros no sacerdote e três tiros no menino de quinze anos. Era dia 21 de maio de 1924.

Beata Lindalva Justo de Oliveira (2007). Filha da Caridade de São Vicente de Paulo. Nasceu em 1953, no sítio Malhada da Areia, Açu, Rio Grande do Norte. Ingressou na Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, em 16 de julho de 1989. No dia 26 de janeiro de 1991 foi enviada, em missão, ao Abrigo Dom Pedro II, Salvador (BA), para se dedicar a cuidar de idosos. Na sexta-feira santa de 1993, enquanto preparava bandeja para servir café da manhã aos idosos, um interno a matou com 44 facadas.

Beata Bárbara Maix (2010). Fundadora da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria. Nasceu em 1818, em Viena, Áustria. Desde cedo se inspirou para fundar uma congregação religiosa, contudo, a realidade político-econômico-religiosa da época em seu País não era favorável. Viajou, então para o Brasil, em 1848, com 21 colegas. No seu resumo biográfico elaborado por sua congregação, lê-se: “Chegando ao Rio de Janeiro, uma companheira escreveu: ‘Chegamos com muita fome, sem dinheiro, sem conhecer ninguém, sem saber a língua, mas cheias de confiança em Deus e Nossa Senhora’”. No dia 8 de maio de 1849, fundou, em solo brasileiro, a Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria. Suas relíquias estão conservadas na Capela São Rafael, em Porto Alegre (RS).

Beata Francisca de Paula de Jesus, a Nhá Chica, leiga (2013). Nasceu em 1808, em São João del-Rei, Minas Gerais. Profunda devota de Nossa Senhora, a Serva de Deus não era alfabetizada, mas, sabia ouvir e meditar. Levava uma vida solitária. Recusando-se a casar, seguiu o conselho da mãe: dedicar-se a fé e a caridade. Segundo seu biógrafo, Frei Jacinto de Palazzolo, em “A pérola escondida ‘Nhá Chica’”, Dr. H. Monat, que com ela esteve em 1894, afirmou: “Nhá Chica é uma velhinha, enrugada, morena, já encurvada; veste-se com muita simplicidade; um lenço grande, dobrado em triângulo, envolve-lhe sempre a cabeça e o pescoço ... disse-lhe que desejava há muito ouvir dela a narração de suas profecias, de seus milagres, chamei-lhe de sibila. Não sou sibila (...), nem nunca fiz milagres: eu rezo a Nossa Senhora que me ouve e me responde...”

Beata Assunta Marchetti (2014). Religiosa. Cofundadora da Congregação das Missionárias de São Carlos Borromeu (Scalabrinianas). Nasceu em 1871, em Lucca, Itália. Em 1895, resolveu aceitar o pedido do irmão, o Servo de Deus Padre José Marchetti, para segui-lo em sua missão no Brasil, a fim de cuidar dos órfãos dos imigrantes italianos. Aceitou o chamado e, juntamente com a mãe e mais duas jovens, foi apresentada a Dom Scalabrini, constituindo, assim, no dia 25 de outubro de 1895, as “Servas dos Órfãos e Abandonados”, a cuja causa dedicou sua vida. No Brasil, se destacou, principalmente em São Paulo, onde suas relíquias insignes repousam e onde foi beatificada.

Beato Francisco de Paula Victor (2015). Nasceu em 1827, em Campanha, Minas Gerais. Filho de escravos, foi alfaiate e veio a ser o primeiro sacerdote ex-escravo do Brasil, ordenado aos 24 anos. Foi diretor e professor de um colégio, por mais de 30 anos e pároco da Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, da cidade de Três Pontas, por 53 anos ininterruptos. Segundo Dom Aloísio Roque Oppermann, arcebispo de Uberaba (MG), falecido em 2014, Padre Vitor, “Teve extraordinária vida de fé, e de amor ao próximo. Soube como ninguém, através de sua vida, estimular o povo para uma firme esperança. Para ele não deve ter sido fácil vencer, sendo da raça negra (nasceu escravo), filho de mãe solteira, sem nem saber o nome de seu pai...” Ainda segundo Dom Oppermann, o Papa João Paulo II teria caracterizado o Padre “um santo nascido entre o povo pobre do Brasil, um homem de raça negra, e um representante legítimo do clero secular”.

Beato João Schiavo (2017). Primeiro Superior Provincial da Congregação de São José (Murialdines) no Brasil. Nasceu em 1903, em Vicenza, Itália. Decidido se tornar missionário, seus superiores o enviaram em missão ao Brasil. Antes de viajar, recebeu a bênção do Santo Padre Pio XI. Chegou em Jaguarão, Rio Grande do Sul, em setembro de 1931. Conforme sua biógrafa Irmã Elisa Rigon, “Nesses anos iniciou uma atividade vocacional e foi o primeiro Mestre de Noviços da missão josefina, que nunca mais abandonou, nela vivendo até sua morte. No Brasil passará a maior parte de sua vida, na contínua oblação de si mesmo a Deus e ao próximo”. Fundou o Seminário Josefino de Fazenda Souza (Caxias do Sul, 1941) e a Casa de Noviciado em Conceição (1946). Dirigiu abrigo de menores, criou colégios, exercendo admirável apostolado, trazendo para o Brasil a Congregação das Irmãs Murialdinas de São José.


E, por último, o Beato Donizetti Tavares de Lima (2019). Nasceu em Santa Rita de Cássia (MG), em 1882. Foi ordenado sacerdote em 12 de julho de 1908 e designado vigário na paróquia de São Caetano da Vargem Grande, no Estado de Minas Gerais. Após passar por outras paróquias, em 12 de junho de 1926, assumiu a Paróquia de Santo Antônio, em Tambaú, onde exerceu profícuo apostolado até o seu retorno à Casa do Pai. O jornalista Joelmir Beting, assim se expressa a seu respeito: “Ele dormia em estrado de madeira coberto de jornal. Jantava caldo de quiabo e vestia-se com batina surrada. Sua única riqueza era uma biblioteca abastecida por livros doados, classificados um a um... Severo quando preciso, bondoso, sempre...”. Em vida era aclamado santo. Tive a graça de participar de sua beatificação.

Aos primeiros santos e beatos, mártires, estão agregados sessenta e seis companheiros, cujas memórias são evocadas similarmente aos monumentos dedicados aos soldados desconhecidos, mas, símbolos da santidade.

Em termos de causas de beatificação e de canonização, em quase todos os Estados Brasileiros temos algum candidato à santidade católica. Naquele 2004 consegui relacioná-los e depois eles deram origem ao livro “Candidatos ao Altar” (2006), fruto de árdua pesquisa, sem o auxílio direto da Internet, pois, então, poucas causas tinham páginas na Rede Mundial de Computadores. Em 2012, a Editora A Partilha o reeditou com o título “A Caminho da Santidade” e ali eu relacionava todas as causas até então existentes sob a responsabilidade da Igreja Católica no Brasil. Todos os resumos biográficos aqui apresentados estão nestas duas publicações.

Hoje o Brasil possui 37 santos, 52 beatos, duas veneráveis aguardando a beatificação que ainda não foram realizadas devido à pandemia: Isabel Cristina Mrad Campos, em Minas Gerais, e Benigna Cardoso, aqui no Ceará, ambas mártires em defesa da castidade. Isabel Cristina era leiga, estudante. Nasceu em 1962, em Barbacena (MG). No início de 1982, transferiu-se para Juiz de Fora (MG), a fim de se preparar para o vestibular de medicina. No dia 1º de setembro de 1982, alguém entrou no seu apartamento e tentou violentá-la. Recebendo uma cadeirada na cabeça, foi amordaçada, atada com uma corda de bacalhau, uma cinta e, finalmente, atingida com quinze facadas, mas, resistiu morrendo virgem.


Benigna Cardoso da Silva, nasceu em Santana do Cariri, Ceará, em 1928. Sua história impressiona por sua pureza e sua devoção a Deus. Ficou órfã de pai e de mãe muito cedo, sendo adotada, com os irmãos mais velhos, por uma família da região. Extremamente religiosa, não perdia as missas. Aos 12 anos começou a ser assediada por um rapaz chamado Raul Alves. Foram muitas investidas e todas sem sucesso. Pouco depois de completar 13 anos, Raul aproveitou o momento em que a menina foi buscar água próximo de casa, para tentar violentá-la sexualmente. Como a adolescente se recusou a ceder, acabou brutalmente assassinada. Era sexta-feira, 24 de outubro de 1941. O assassino foi preso e, 50 anos depois, voltou ao local do crime, arrependido, para pedir perdão à menina Benigna.

Neste sem-número de filhas e filhos de Deus que ouviram o chamado à santidade e atenderam, prontamente, muitos outros nomes gostaríamos de citar e, que se para maior glória de Deus, esperamos ver um dia o Pe. Cícero Romão Batista, Maria de Araújo, leiga, e tantos outros que contemplam a face iluminada de Deus, por suas ações em vida.

São vários veneráveis e inúmeros servos de Deus, o que mostra que nossa Terra de Santa Cruz atendeu ao chamamento de São João Paulo II, quando ele esteve em Florianópolis, Santa Catarina, para beatificar a Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus: “o Brasil precisa de santos, de muitos santos! A santidade é a prova mais clara, mais convincente da vitalidade da Igreja em todos os tempos e em todos os lugares”.

No próximo dia 7, a Igreja Católica no Brasil celebrará o dia de Todos os Santos. O calendário antigo da Igreja era no dia 1° de novembro. O Martirológio Romano registra: “Solenidade de Todos os Santos que estão com Cristo na glória. Na mesma celebração festiva, a santa Igreja ainda peregrina sobre a terra venera a memória daqueles, cuja companhia alegra os Céus, para que se estimule com o seu exemplo, se conforte com a sua proteção e com eles receba a coroa do triunfo na visão eterna da divina majestade”.

Eu costumo dizer que Igreja Católica Apostólica Romana, pela ação do Espírito Santo, em sua sabedoria, instituiu Festum Omnium Sanctorum, festa de Todos os Santos, celebrada anualmente. A Igreja firma na Liturgia, o santo desconhecido de nós, mas, glorificado por Deus. Os santos reconhecidos, foram beatificados e canonizados, por isso possuem festas próprias. Isto nos lembra o pensamento de São Bernardo: “Para quê louvar os santos, para que glorificá-los? Para quê, enfim, esta solenidade? Que lhes importam as honras terrenas? A eles que, segundo a promessa do Filho, o Pai Celeste glorifica? Os santos não precisam de nossas homenagens. Não há dúvida alguma, se veneramos os santos, o interesse é nosso, não deles”.

As primeiras definições de santo que ouvi, não foram as que a Hagiologia coloca. Lembro-me dos dizeres de minha mãe, de minha catequista, dona Dedite, de um santo com quem convivi, Mons. Antonino Soares, e de um sacerdote muito querido que celebrou o casamento de meus pais, Pe. Maurício Melo: “santo”, dizia ele, “é aquele que faz a vontade de Deus”. A simplicidade dessa definição demonstra, também, a dificuldade que é fazer a vontade do Criador.

Por conta do pecado, saímos do Paraíso, mas, pelo Amor de Deus, poeticamente eu diria que Ele estava com saudade de nós e de nossas imperfeições e nos deu outra chance. E para provar o máximo de seu Amor, enviou-nos seu Filho, Jesus (Irmão nosso, considerando o mistério da Santíssima Trindade). E nós sabemos de seu sacrifício, de seu Amor infinito, de sua misericórdia absoluta, e a santidade se tornou a vocação primeira de todo Cristão.

Na recente Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate, o Papa Francisco nos lembra que “O Espírito Santo derrama a santidade, por toda a parte, no santo povo fiel de Deus”, assim, houve gerações que viram, viveram e conviveram com um santo, muitas outras não, enxergando-os pela fé. Quem das últimas gerações não lembra do Papa João Paulo II? Lembro-me de reflexão que fiz quando participei da canonização de São João Paulo II: em 2005, muitos dos que ali estavam, choravam a despedida de João Paulo II e naquele instante, em 2014, choravam de alegria, celebrando um santo que viram pessoalmente, na TV, em livros, jornais, enfim, conhecido por variados meios. Para os santos não existe morte, eles estão na glória de Deus.

Por isso, além dos santos, beatos, veneráveis e servos de Deus desta Terra de Santa Cruz, vamos venerar e celebrar, pelo menos neste dia, para que não haja injustiça, TODOS OS SANTOS, os santos brasileiros que não foram reconhecidos ou estão sendo estudados pela Igreja Católica Apostólica Romana, pois os reconhecidos têm suas datas próprias de celebração. Sabemos que o Direito Canônico estipula, no Cânon 1187, do Código de Direito Canônico, que “ — Só é lícito venerar com culto público os servos de Deus, que foram incluídos pela autoridade da Igreja no álbum dos Santos ou Beatos”, por isso ressaltamos a importância da Solenidade de Todos os Santos.

A Antífona do dia nos lembra: “Exultemos de alegria no Senhor, celebrando este dia de festa em honra de Todos os Santos. Nesta solenidade alegram-se os Anjos e cantam louvores ao Filho de Deus”.

Concluo, rezando a oração própria do dia de Todos Santos, como prece e ação de graças para que o Brasil tenha cada vez mais seus filhos reconhecidos na santidade católica: “Deus eterno e onipotente, que nos concedeis a graça de honrar numa única solenidade os méritos de Todos os Santos, dignai-Vos derramar sobre nós, em atenção a tão numerosos intercessores, a desejada abundância da vossa misericórdia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo”. Amém!



BIBLIOGRAFIA

LIRA, José Luís. A Caminho da Santidade. Uberlândia/MG: Ed. A Partilha, 2012.

_________. Santidade na Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém e na Terra Santa. Rio de Janeiro: OESSJ/RJ, 2019.

QUEVEDO, Oscar G. Nossa Senhora de Guadalupe: o olhar de Maria para a América Latina. 6. ed. São Paulo: Loyola, 2004.

1 José Luís Araújo Lira, natural de Guaraciaba do Norte, Ceará, é advogado (OAB-CE. 15021), jornalista (CE-01459-JP-DRT-CE.), escritor, mestre e doutor em Direito pela Universidade Nacional de Lomas de Zamora (Universidade Federal, Argentina, título reconhecido no Brasil pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP, 2020), pós-doutor em Direito pela Universidade de Messina (Universidade Federal, Itália). Desde 2015, detém o título nobiliárquico da Santa Sé de Cavaleiro da Nobre e Pontifícia Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém – Lugar-Tenência do Brasil – Rio de Janeiro – RJ, na qual é Secretário-Geral (2020-2024). 26 livros de sua autoria foram publicados, tendo mais três no prelo. Tem inúmeros artigos publicados em jornais e revistas, incluindo no mais antigo jornal em circulação no Ceará, o “Correio da Semana”, da Diocese de Sobral, onde mantém a coluna “Temas Cotidianos”, desde 2015. É professor titular do Curso de Direito da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA – Sobral, CE.) e Diretor do Museu Diocesano Dom José, da Diocese de Sobral. Foi fundador da Academia Fortalezense de Letras, juntamente com Matusahila Santiago, com quem, também fundou a Academia Brasileira de Hagiologia e a Academia Cearense de Cultura. Fundou a Academia Sobralense de Letras Jurídicas, da qual foi o primeiro presidente. Integra entidades culturais e científicas sediadas no Brasil e no exterior.

2 QUEVEDO, Oscar G. Nossa Senhora de Guadalupe: o olhar de Maria para a América Latina. 6. ed. São Paulo: Loyola, 2004, p. 23.



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