A ABRHAGI: Um testemunho - de e para a Imaculada Conceição
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Fundadores da ABRHAGI em reunião preparatória |
Por José Luís Lira
Fundador e Presidente
de Honra da Academia Brasileira de Hagiologia
Artigo escrito no Jornal Correio da Semana, v. 101, nº 867, Sobral, Ceará
Artigo escrito no Jornal Correio da Semana, v. 101, nº 867, Sobral, Ceará
A ideia de criar a Academia
Brasileira de Hagiologia foi da Acadêmica Matusahila Pereira de Souza Santiago.
Ao retornar de Canindé, Ceará, onde participei do encerramento do novenário de
São Francisco, em outubro de 2004, trouxe comigo um exemplar da revista sobre a
peça “Francisco – O homem que se tornou Santo”, encenada naquela cidade. Na
revista continham artigos sobre a peça e um era assinado por mim, falando sobre
Francisco. Ao presentear a Acadêmica Matusahila Santiago com o periódico, esta me
interrogou por que não se criar uma entidade acadêmica para estudar os santos?
Pouco depois, passei a um estudo para saber sobre a existência ou não de Academia
no sentido de hagiologia ou hagiografia. Constatei, por
meio de informações e consultas a páginas na Internet, muito especialmente nas
do Vaticano e da CNBB, que não existia a mencionada academia, apesar de
existirem algumas de caráter específico como a Academia Cristã de Letras,
sediada em São Paulo, a Academia Marial de Aparecida, sediada em Aparecida, São
Paulo e a Academia de Letras e Artes Mater Salvatoris, em Salvador. Feitas as
constatações, Matusahila Santiago e eu, José Luís Lira, convidamos a
Desembargadora Gizela Nunes da Costa, para juntos formularmos a Academia
Brasileira de Hagiologia.
Depois de formatada, com
estatuto, brasão, quadro de patronos e tudo o que a Academia necessitava, conversei
com Sua Excelência Reverendíssima Dom José Bezerra Coutinho, bispo emérito e
vigário geral da Arquidiocese de Fortaleza. Este deu seu total apoio e foi o
único cargo definido antes da Assembleia Geral de Criação da Academia. Seria
ele o nosso Presidente de Honra. Depois falei com os amigos Profa. Norma Soares
e Prof. Teodoro Soares. A Profa. Norma sugeriu falarmos com a Irmã Elisabeth
Silveira para ser a Academia sediada no Colégio da Imaculada Conceição. Irmã
Elisabeth, nossa segunda Presidente de Honra, depois do falecimento de Dom
Coutinho, se tornou outra grande entusiasta da Academia. Eis uma síntese do
surgimento.
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Colégio Imaculada Conceição, em Fortaleza-CE, onde desde 2004 acontecem as reuniões mensais e está sediada a ABRHAGI |
Formamos, então, uma sociedade
científica e cultural dedicada ao estudo dos santos, candidatos à honra dos
altares, movimentos messiânicos e cousas sagradas e santificadas, composta de
20 acadêmicos cearenses e 20 dos outros Estados da Federação, para garantir a
abrangência nacional. Resumida na sigla ABRHAGI a instituição não tem caráter
político-partidário, nem adota qualquer discriminação, notadamente, nos
aspectos de religião, de sexo, de cor ou de raça e, ainda, não tem fins
lucrativos, e nem distribui lucros e dividendos, exigências da legislação,
acolhida por fundadores e primeiros membros.
Estas rememorações dão
saudades... Lembro-me das primeiras reuniões, a animação da escolha de
patronos, a redação do Estatuto. As lições de Dom Coutinho e de Irmã Elisabeth.
A dedicação dos dois à ABRHAGI, enfim... O tempo passa rápido. Já se foram 15
anos. Nossa Academia debuta 15 anos e permanece, permaneceu e permanecerá,
pois, é uma causa dedicada à maior representação de Deus entre nós: a santidade!
A hagiologia é considerada ciência e se volta ao estudo sobre os santos, no
cristianismo. Hagiologia no sentido amplo, contudo, há aquele ramo que se
relaciona às biografias dos santos, a hagiografia.
O dogma da Imaculada Conceição
foi, oficialmente, decretado pelo Papa Pio IX, Beato, em sua bula Ineffabilis Deus, em 8 de dezembro de
1854. O dogma iria fazer 150 anos e escolhemos esta a data da criação da
Academia Brasileira de Hagiologia, 8 de dezembro de 2004. Era o ano do 150º
aniversário da criação da Arquidiocese de Fortaleza; 140º aniversário de
fundação do Seminário da Prainha, em Fortaleza e 100º aniversário da coroação
de Nossa Senhora Aparecida, que se tornou a patrona geral da Academia, então
resolvemos realizar a Assembleia de criação no Seminário da Prainha, assim
fizemos.
A primeira diretoria ficou
composta por Dom José Bezerra Coutinho – Presidente de Honra; José Luís Araújo
Lira – Presidente; Matusahila de Souza Santiago – Vice-Presidente; Gizela Nunes
da Costa – Secretária-Geral; Maria Norma Maia Soares – 1ª Secretária; José
Olavo Rodrigues – Tesoureiro-Geral; Ir. Elisabeth Silveira – 1ª Tesoureira e
Paulo Barreto Ribeiro Mindêllo – Relações Públicas. O Conselho de Honra composto
por Dom José Bezerra Coutinho, Mons. André Viana Camurça, Dom Aloísio
Lorscheider, Dom José Antonio Aparecido Tosi Marques e Dom Aldo di Cillo
Pagotto. Entre os sócios-honorários estavam: Dom Paulo Evaristo Arns; Dom
Eugênio de Araújo Sales; Dom Fernando Panico; Pe. José Fernandes de Oliveira
(Pe. Zezinho); Mons. Manfredo Tomaz Ramos; Mons. Murilo de Sá Barreto e Dra.
Aïla da Costa Ribeiro Pereira.
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Dom Eugênio recebendo seu diploma de sócio-honorário |
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Padre Zezinho, SCJ, recebendo seu diploma como sócio-honorário |
Depois das comunicações e de
todos os aceites, marcamos a data da instalação da Academia. Poderíamos dizer
que a Academia Brasileira de Hagiologia é de Nossa Senhora. Sua fundação, no
dia da Imaculada Conceição; sua sede, no Colégio da Imaculada Conceição.
Sabemos que a questão da Imaculada Conceição remonta aos primeiros tempos do
cristianismo. É ela, primeiramente, padroeira do Brasil, posto que já era a
Padroeira e Rainha de Portugal, quando de nossa descoberta. Depois, pela
manifestação a três humildes pescadores, vem a ser a protetora do Brasil. Nossa
Senhora Aparecida reunia em si todas as comemorações. É ela a Imaculada
Conceição e isso bastava. Viriam as festas de fim de ano, o ano cívico
iniciando-se, então que data seria a da instalação? A resposta parecia óbvia.
Todos diziam, com alguma discordância, que Maria era a Imaculada Conceição. Em
1830 ela recomendou a Santa Catarina Labouré a confecção de uma medalha com a
inscrição: “Oh Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.
Em 11 de fevereiro de 1858, a Santíssima Virgem disse a Santa Bernadette
Soubirous, “Eu sou a Imaculada Conceição”.
Então, se a fundação se deu no dia do anúncio do dogma e da festa da Imaculada
Conceição, a instalação dar-se-ia no dia em que a Virgem se proclamou a
Imaculada Conceição: 11 de fevereiro de 2005, data que se convencionou para a
posse social da Diretoria. E se deu numa gruta a ela dedicada, no Colégio dela,
a Imaculada Conceição. A ABRHAGI foi criada num ano e instalada no outro. Na
instalação falaram os imortais Dom José Bezerra Coutinho, José Luís Lira e,
oficialmente, pelos acadêmicos cearenses o Mons. Francisco Sadoc de Araújo e
pelos acadêmicos de outros Estados da Federação, o Pe. Ismar Dias de Matos.
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Dom José Bezerra Coutinho (1910-2008), bispo emérito de Estância-SE, primeiro presidente de honra da ABRHAGI |
As letras iniciais e terminais do
alfabeto grego, Alfa e Ômega, dentro de um círculo perpassado
por uma Cruz incolor, antes do entorno da coroa de louros, em nosso brasão que
eu idealizei, nos lembram que a Academia tem aquele caráter de eternidade, de
permanência. Acadêmicos passam, tempo passa, mas, ela permanece. “Caiu a chuva,
vieram as enchentes, sopraram os ventos”, confrades retornaram à Casa do Pai,
entre os quais dois presidentes de honra, Dom Coutinho e sua sucessora, Irmã
Elisabeth, e a terceira presidente, Norma Maia Soares, outros deixaram a
ABRHAGI, vieram novas diretorias, novos acadêmicos, novos tempos, mas, a
Academia resistiu, resiste e resistirá, porque não é nossa. Ela é de Deus,
dedicada aos seus santos, com a proteção da Imaculada Conceição Aparecida!
Por estes 15 anos, Salve Maria
Imaculada e que Deus continue a nos abençoar!
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