A filósofa judia Hannah Arendt, de quem sou leitor e estudioso de seus livros, famosa por ter se questionado como o mal pode ter se transformado em trivialidade, como cidadãos tidos como normais (numa expressão brasileira atual: homens de bem), que trabalham, comerciam, tem suas relações amorosas, suas diversões, e são anônimos, são capazes de praticam o mal ilimitado. Sua teoria, diretamente exposta no seu livro "Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal." (1963), fruto de sua observação como jornalista do julgamento nazista Adolf Eichmann, depois de ter sido sequestrado pelo serviço secreto israelense, em Buenos Aire numa operação digna de qualquer filme de ficção do gênero, percebe que o criminoso da humanidade, não era um carrasco monstruoso, nem feio nem bonito, discreto, de modos padronizados e o principal, sem reflexão, portanto, sujeito a qualquer regra por mais perversa que fosse. Este indivíduo de aparência comum, de paletó e gravata, eximiu-se de...