Posse da nova diretoria da ABRHAGI para o biênio 2020-2022



No dia 11 de fevereiro de 2020, às 19h, no salão da Gruta de Nossa Senhora de Lourdes do Colégio Imaculada Conceição, em Fortaleza-CE, tomou posse, em sessão solene, a nova diretoria da ABRHAGI, com a presença de vários confrades, seus familiares e autoridades.

O Frei Francisco Lopes de Sousa Neto, OFMcap, membro da cadeira nº 29, deu início aos trabalhos com uma oração.

O cessante presidente, Vicente Maia, agradeceu a oportunidade de conduzir os trabalhos dessa importante academia, bem como o presidente de honra, José Luis Lira, proferiu algumas palavras. A ABRHAGI, no biênio 2020-2022 será conduzida por: 

* Luciano Dídimo Camurça Vieira como Presidente;
* Pedro Bezerra de Araújo como Vice-Presidente;
* Fábio Tucci Farah como Secretário-geral;
* José Vasconcelos Arruda Filho (Vasco Arruda) como 1º Secretário;
* Carlos Eduardo de Carvalho Vargas como Tesoureiro;
* Vicente de Paula Maia Santos Lima como 1º Tesoureiro;
* Nahor Lopes de Souza Junior como Relações Públicas.

O novo presidente tomou posse com um belíssimo discurso, e foi lida uma mensagem do confrade Fábio Tucci Farah. Esses discursos você pode encontrar no link Discursos ou continuar a leitura logo abaixo das fotos. Louvemos a Deus e seus santos para a boa condução de nossa Academia nos próximos 2 anos!








Discurso de Posse do presidente da ABRHAGI para o biênio 2020-2022, Luciano Dídimo Camurça Vieira (11/02/2020)

Meus caros confrades da Academia Brasileira de Hagiologia, representantes das demais academias cearenses aqui presentes, familiares e amigos. Assumir a presidência da ABRHAGI não é para mim motivo de alegria, nem de honra, nem de vanglória. Assumir a presidência da Abrhagi para mim é um sinal de compromisso e de responsabilidade. Em outubro do ano passado nosso presidente de honra José Luís Lira me enviou uma mensagem dizendo: “Pense na Presidência da Abrhagi. Você é a pessoa certa. Veja como uma missão. Essa Academia é de Deus.” Eu estava terminando meu segundo mandato de três anos como Presidente da Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares em nossa Província e tudo o que eu queria era um bom período de descanso. Mas essas palavras ficaram remoendo dentro de mim por alguns dias. De fato, a Abrhagi é uma academia diferenciada. Ela não é uma academia de letras, mas é relacionada às letras. Não é uma academia de artes, mas é ligada às artes. Não é uma academia de retórica, mas é ligada à retórica. E além de tudo, tem um algo a mais. Um algo a mais muito especial. Ela é de Deus. Uma Academia de Deus, voltada para as coisas de Deus, para os santos, para o sagrado. E sendo de Deus, entendi que aquela pequena mensagem do Lira era um chamado. Um novo chamado. Uma nova missão. Uma missão que eu tenho a certeza absoluta de que não tenho nenhuma capacidade para assumí-la. Mas também sei que Deus costuma chamar para suas missões exatamente os menos capazes, para que assim a sua Glória possa se manifestar. Por isso, resolvi dizer sim a esse novo chamado. Para que a vontade de Deus seja realizada através da minha pequenez, da minha fraqueza, do meu nada. Foi então eu me lembrei de um poema que escrevi há alguns anos atrás, que se chama “A vontade de Deus”, e que diz assim:

A vontade de Deus
Não é pra ser entendida
A vontade de Deus
É pra ser discernida

A vontade de Deus
Não é pra ser contestada
A vontade de Deus
É pra ser acatada

A vontade de Deus
Não é pra ser estudada
A vontade de Deus
É pra ser realizada

A vontade de Deus
Na oração é discernida
No coração é acatada
E na ação realizada

Dessa forma, em agradecimento ao Lira, por ter sido instrumento da vontade de Deus na minha vida, e trazendo aqui a memória de Horácio Dídimo, que foi membro desta Academia, gostaria de fazer uma dupla homenagem lendo um poema de Horácio Dídimo a ele dedicado:

ALGUM POEMA?*
Para José Luís Lira

Quando surge de repente
Algo que inspira uma prece
Uma luz brilha na mente
E algum poema aparece.

Um poema da beleza
De um tempo que não se apaga
Sob os céus de Fortaleza,
Sobral ou Guaraciaba.

Um poema biografia
De novas academias
Nas asas da hagiologia.

Um poema de amizade,
Um lirismo de mãos dadas:
Constelação de saudades.

Exercícios de Admiração
Horácio Dídimo

Também gostaria de agradecer ao meu antecessor Vicente Maia, que por dois biênios, trabalhou incansavelmente para revitalizar, reorganizar e reestruturar a nossa Academia, e de fato, graças a Deus, teve muito êxito. Hoje a academia é outra! Muito obrigado, Vicente, porque você chegou na hora certa e na hora certa, deu uma nova vida À Abrhagi. Por isso, a você dedico este poema de minha autoria:

A HORA CERTA

Eu sei que tudo tem a sua hora
Hora que se ri e a que se chora
Uma hora que pode ser agora
Ou hora que às vezes se demora

Pois na demora Deus nos aprimora
E o que já era bom Ele melhora
Com sua intercessão, Nossa Senhora
Nos consegue até juros de mora

Eu sei que tudo tem a sua hora
A que somos feridos com a espora
Ou a que a esperança revigora

Eu sei que tudo tem a sua hora
Pois o amor de Deus sempre se aflora
E na hora incerta comemora!

Luciano Dídimo

Mas essa posse está acontecendo em uma data muito especial, onde estamos celebrando os 15 da Abrhagi. Foi fundada em 08/12/2004, dia da Imaculada Conceição, portanto os 15 anos de fundação foi em dezembro passado. Mas hoje, dia de Nossa Senhora de Lourdes, é o aniversário da instalação e da primeira reunião da Academia ocorrida em 11/02/2005. Aqui estamos então no mesmo lugar onde ocorreu a primeira reunião, no salão da Gruta de Nossa de Lourdes, no Colégio Imaculada Conceição. Por isso, para saudar Nossa Senhora de Lourdes, trago aqui mais um poema de Horácio Dídimo, uma vez que ele tanto recorreu à sua intercessão, especialmente pela pela vida e pela saúde do meu irmão Carlos Horácio, que também aniversaria na data de hoje.

NOSSA SENHORA DE LOURDES

11 de fevereiro de 1858
A menina Bernadette
Vê uma bela Senhora
Bem defronte a uma gruta
Perto de Massabielle.

É Maria Imaculada
Nossa Senhora de Lourdes
Toda vestida de branco,
Resplandecente de luz.

Da rocha jorra uma fonte
De águas miraculosas
Curando as enfermidades

Do coração de Maria
Jorra a verdade e o amor
De Cristo Ressuscitado

Horácio Dídimo

Porém a patronesse da Abrhagi não é nem a Imaculada Conceição e nem Nossa Senhora de Lourdes. A Academia tem como patronesse Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, exatamente por ser uma academia de caráter nacional. E foi exatamente para dar força a esse caráter nacional, que escolhi dos seis membros que compõem a diretoria comigo, três membros de outros estados, fazendo com que a nossa Academia possa verdadeiramente ter uma atuação em todo o Brasil.Assim, como primeira proposta desta Diretoria que hoje assume, conclamamos a todos os confrades e convidamos o público em geral a abraçarem a ideia de realizarmos o I CONGRESSO BRASILEIRO DE HAGIOLOGIA no feriadão de 10 a 12/10/2020, na festa de nossa patronesse Nossa Senhora Aparecida. E como discurso de poeta e filho de poeta é sempre recheado de poesia, para homenagear nossa padroeira Nossa Senhora Aparecida, trago então mais dois poemas: O primeiro de minha autoria, intitulado

MÃE APARECIDA:

Oh Mãe Aparecida
O Brasil te venera
Olha compadecida
O povo que espera

Oh Mãe Aparecida
O amor prolifera
Beija o suicida
Vê quem se desespera

Dá amor sem medida
Cuida de cada vida
Da nossa biosfera

Dá fé a quem duvida
Saber a quem lidera
Trabalho a quem se esmera

Luciano Dídimo

E o segundo poema, como não podia deixar de ser, de autoria de Horácio Dídimo, intitulado NOSSA SENHORA APARECIDA - Padroeira do Brasil:

Ó Nossa Senhora da
 Conceição Aparecida,
Aparecei nos momentos
Difíceis de nossa vida!

Mostrai-nos como chegar
Ao vosso Filho Jesus,
Aparecei como a aurora
Da plenitude da luz!

Velai sobre as nossas casas,
Curai as nossas famílias,
Protegei nosso País!

Abençoai as crianças,
Mãe das nossas esperanças,
Padroeira do Brasil!

Horácio Dídimo

E por fim,agradecendo a presença de todos os que se fizeram presentes a essa sessão, gostaria de encerrar essa fala com um soneto de minha autoria em homenagem à nossa querida ABRHAGI e escrito especialmente para esta ocasião:

ACADEMIA BRASILEIRA DE HAGIOLOGIA

No Brasil foi fundada a Academia
Dedicada a estudar os nossos santos
Aquilo que é sagrado e seus encantos
Que tem foco total na Hagiologia

Estuda os movimentos messiânicos
Candidatos às honras dos altares
Estudos realmente salutares
Porém fundamentados e canônicos

É uma academia abençoada
Que em oito de dezembro foi fundada
Dia da Conceição Imaculada

Tem como patronesse a Mãe querida
Que por nós será sempre enaltecida
Nossa Virgem Senhora Aparecida

Luciano Dídimo

Muito obrigado!

Fortaleza, 11 de fevereiro de 2020

Luciano Dídimo 

                                                                  ***************
Mensagem do confrade Fábio Tucci Farah por ocasião da posse da diretoria da ABRHAGI biênio 2020-2022 (11/02/2020)

Caros confrades e confreiras,

Sinto-me afortunado por ter sido acolhido na Academia, há três anos. Em minha posse, manifestei a razão primordial: “Somos abençoados com a presença real de nossos patronos e patronesses que, de modo único, nos assistem na caminhada rumo ao Reino definitivo”. Hoje, começo um novo capítulo na ABRHAGI, desta vez como Secretário Geral. Agradeço ao presidente Luciano Dídimo pelo convite, ao presidente da gestão anterior, Vicente Maia, pela generosidade com a qual recebeu tantas petições e projetos, e a todos os confrades e confreiras, pela amizade e confiança. Embora não pude estar presente nesta solenidade, gostaria de compartilhar uma lembrança com todos; uma lembrança que me arrasta para a infância e ao mesmo tempo faz desaparecer a distância que nos separa.

Quando tinha sete anos, recebi um pequeno tesouro de minha avó materna, Maria de Lourdes. O baú era uma caixinha de latão da Fábrica de Doces Santa Therezinha, com a imagem da santa francesa festejada no mesmo dia em que comemorava meu aniversário – claro, não sabia disso naquela época. Ao descerrar a reluzente tampa, não encontrei os prometidos “doces fabricados com as próprias frutas e embalados exclusivamente a mão”. Provavelmente, minha avó havia se deliciado com essas iguarias décadas atrás. E preenchido o espaço com algo pouco palatável para um garoto de sete anos. O que um garoto de sete anos desejava ganhar, naquela época, além de carrinhos, ossos de dinossauro, tesouros de pirata, espadas de cavaleiros medievais?

O delicioso recheio de outrora havia dado lugar a dezenas de imagens de homens e mulheres – e eles não se pareciam com os super-heróis aos quais estava habituado. Ao fechar os olhos por alguns segundos, ainda enxergo as que mais me impressionaram: uma bela jovem com os olhos em um prato, um rapaz com o corpo coberto por flechas, um gigante com um garoto no ombro, uma adolescente queimando na fogueira, um homem com uma espada parecida a de um cavaleiro medieval. As “figurinhas” repetidas eram de alguém mais familiar, alguém que sempre me recebia de braços abertos na igreja que costumava frequentar. Talvez a parte mais fascinante daqueles pequenos cartões estivesse no verso. Havia uma maneira simples de convidar essas personagens para fazerem parte do meu dia a dia. E a promessa de que me ajudariam com diversos percalços, a maioria desconhecida para aquele garoto que ainda engatinhava pela vida.

Em pouco tempo, minha infância foi povoada por amigos nem tão imaginários assim. Trinta e cinco anos se passaram desde que recebi aquele pequeno tesouro. Com o passar das décadas, a antiga imagem reluzente de Santa Teresinha se tornou um borrão de ferrugem. E as imagens nos cartões de papel ficaram salpicadas com as marcas do tempo. Quando resgatei o presente de minha avó pela última vez – não faz tanto tempo –, me dei conta de que o verdadeiro tesouro não era a bela coleção de santos. Tampouco as guloseimas que jamais experimentei. O tesouro eram as amizades que passei a cultivar desde pequeno. E que jamais me abandonaram. Hoje, de olhos abertos, consigo enxergar aquelas personagens, outrora misteriosas, que fascinaram o garoto de sete anos. Todos estão comigo enquanto ouvem essa mensagem. E também, caros confrades e confreiras, estão entre vocês.

Que nossos amigos no Reino dos Céus continuem iluminando nossa peregrinação pela vida e abençoando nossa estimada Academia.

São Paulo, 11 de fevereiro de 2020.

Fábio Tucci Farah

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